domingo, 12 de maio de 2013

Mulheres que Correm com os Lobos


Mulheres que correm com os Lobos – Mitos e Histórias do arquétipo da mulher selvagem
Título Original: Women who runs with de Wolves
Autor: Clarissa Pinkola Estés
Tradução: Waldéa Barcelos
Editora: Rocco
Ano : 1994
628 páginas

Sinopse: Onde está o espírito da mulher, sufocado por séculos de negação de sua origem, por uma suposta civilização que cerceia muitas manifestações do feminino? A busca por esta origem nas histórias transmitidas oralmente através de mitos de vários povos e contos de fadas norteou o trabalho de Clarissa Pinkola Estés.

Psicanalista de contornos junguianos (embora os transcenda neste trabalho), a autora coleta e ordena contos que vão revelando esta mulher selvagem, sufocada por séculos de uma civilização que privilegia o patriarcado. Além desta pesquisa sistemática, Clarissa se apoia em uma vasa experiência enquanto psicoterapeuta, sobretudo no tratamento de mulheres.

Sua função não é levantar bandeiras, mas simplesmente fazer uma abordagem que valoriza o feminino e traz uma luz extremamente clara e brilhante sobre quem é a mulher e mostrar sua estrutura psíquica.

O livro provoca, sobretudo nos homens com alguma consciência em relação ao feminino, uma reflexão sobre o que a humanidade tem perdido ao sufocar a livre manifestação do que ela chama “mulher selvagem”. A lenta transformação social, onde passamos do campo para a cidade, do matriarcado para o patriarcado e do paganismo para o cristianismo, mutilou ou tentou esconder os registros do seu passado, mas as tradições antigas, ainda que deturpadas em versões censuradas de contos de fadas e lendas antigas, conseguem falar em voz alta, amplificadas pelo magnífico texto de Clarissa.

Aconselho a meus colegas escritores que se dignem a ler este livro para que seus personagens femininos tenham uma dimensão maior, reconhecendo a riqueza da estrutura psíquica das mulheres.

Para quem é do sexo masculino e lê este livro com a mente aberta, talvez fique a impressão de que não foi só a psique da mulher que foi mutilada neste processo “civilizatório”. Será que o homem selvagem seria realmente a imagem da caricatura do troglodita com um porrete na mão, arrastando uma mulher pelos cabelos? Será que nós homens nunca respeitamos o feminino em nossa história sobre este planeta? Ou fomos igualmente sufocados por uma sociedade (na realidade uma elite ou de reis ou de sacerdotes) que nos impôs um papel que não queríamos realmente assumir?

É bom começar a olhar por este ângulo.

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Mulheres que correm com os Lobos. Clarissa Pinkola Estés. Editora Rocco. Livraria Cultura


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